História

Externato santa joana

O Externato Santa Joana, instituição da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), faz parte de uma Família cuja identidade definimos pelo feixe de relações que nos torna Família Franciscana Hospitaleira. Esta Família congregacional, nascida na segunda metade do século XIX, por dom divino do Carisma da Hospitalidade abraçado pelos seus Fundadores, Padre Raimundo dos Anjos Beirão e Madre Maria Clara do Menino Jesus, tem vivido a sua história alicerçada no Evangelho, em sintonia com a Igreja e de rosto voltado para as carências da humanidade, para a vida que grita de formas tão diferentes no nosso planeta.

 
 

 

QUEM SÃO OS FUNDADORES DA CONFHIC?

São o Padre Raimundo e a Madre Maria Clara que nos deixaram em herança o veemente desafio a seguir o Evangelho de Jesus, tal como eles, vivendo as Obras de Misericórdia segundo o espírito das Bem-Aventuranças, inseridas no mundo e situadas no tempo. O Externato é um lugar da missão franciscana hospitaleira, pertença de uma Família, de uma Congregação que acompanha a sociedade contemporânea, procurando fazer o bem onde há bem a ser feito, muito embora reconheça que os tempos difíceis e de crise de vocações, reduz a nossa capacidade de estender os braços e responder a mais necessitados do nosso tempo.

O P. Raimundo dos Anjos Beirão, missionário apostólico, nasceu em Lisboa, na freguesia do Socorro, no dia 8 de março de 1810. De espírito aberto, alegre e íntegro, desde muito novo deu testemunho do seu grande amor a Deus e ao próximo, sabendo atender a todos os pobres e necessitados com profunda simplicidade, bondade e muita confiança na Divina Providência.

Professou na Ordem Terceira Regular de São Francisco de Assis, no Convento de Nossa Senhora de Jesus, Lisboa, tomando o nome de Fr. Raimundo de Santa Maria dos Anjos. A 2 de Março de 1833, foi ordenado Sacerdote. Abrigando em seu coração o sentimento da verdadeira caridade, tornou-se para Portugal o que Vicente de Paulo fora para a França do seu tempo.

Perseguido pelas ideias liberais, também ele foi vítima do furor antirreligioso que o expulsou do convento, em maio de 1834. Todavia, a vivacidade do seu temperamento, o espírito determinado e o zelo constante pela causa de Deus e dos necessitados, não o deixaram repousar por muito tempo. Entra na luta pela vida com outro dinamismo e outro rasgo apostólico, que o faz correr incansavelmente para onde houver algum Bem a fazer.

Logo nesse mesmo ano de 1834, é nomeado Capelão da Armada Real. Foi também Capelão do Recolhimento de Nossa Senhora da Rosa, Instituição que se dedicava ao abrigo de crianças desprotegidas e abandonadas. Logo no começo da sua vida sacerdotal, criou em Lisboa a Associação Filhos de São Caetano, destinada à instrução e catequização de meninos pobres que, por sua vez, se dedicavam à assistência de indigentes. O Pe. Beirão também se encarregava de encaminhar jovens vocacionados para o Colégio Português de Roma, a fim de se prepararem para o sacerdócio.

Alcançou fama de orador sacro, percorrendo em pregações quase todo o país, e auxiliou a comunidade das Capuchinhas de Nossa Senhora da Conceição, de Aldeia Galega (atual Montijo, Ribatejo), que mais tarde, se tornou origem da Congregação. Faleceu no Convento das Trinas, no dia 13 de julho de 1878, com 68 anos, vítima de doença maligna.

Irmã Maria Clara do Menino Jesus (Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Teles e Albuquerque) nasceu no seio de uma família nobre, a 15 de junho de 1843, na Quinta do Bosque – Amadora, perto de Lisboa. Foram seus pais Nuno Tomás de Mascarenhas Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque e Maria da Purificação de Sá Carneiro Duarte Ferreira. Foi batizada na igreja de Nossa Senhora do Amparo, Benfica, no dia 02 de setembro de 1843.

Órfã desde os 13/14 anos, Libânia sempre demonstrou um espírito enérgico e independente, um temperamento forte, uma espiritualidade profunda e uma sólida firmeza de carácter, cimentado pelas inúmeras dificuldades e muitos sofrimentos com que se deparou ao longo da sua vida:

    • O falecimento do seu tio-avô na sua própria casa, e o do seu irmãozinho Rui;
    • A perda da mãe vítima da cólera mórbus, em 1856, e do pai em consequência da febre amarela, em 1857;
    • O internamento no Asilo Real da Ajuda, destinado às órfãs de famílias nobres e dirigido pelas Filhas da Caridade Francesas (Irmãs de São Vicente de Paulo);
    • A ocorrência do incêndio no palácio velho da Ajuda, onde estava instalado o Asilo;
    • A expulsão das Religiosas, suas educadoras, em 1862, e consequente mudança de residência para o palácio dos Marqueses de Valada, onde viveu cinco anos, continuando a preparação para o meio social que era o seu – a nobreza.

Apesar de tratada como filha, sobretudo pela Marquesa, amiga de seus pais, Libânia sentia em si uma força íntima que a impelia a um ideal maior. O clamor dos sem nada e sem ninguém desafiava o seu viver. Vai procurar a Vida Religiosa como meio de se entregar totalmente ao serviço dos mais necessitados.

Após vida luxuosa, contrastante com a pobreza e miséria da sociedade do seu tempo, recolheu-se em 1867, como pensionista, na Casa de S. Patrício, junto das Irmãs Capuchinhas, orientadas pelo P. Beirão.

Percebendo claramente o chamamento do Senhor, em 1869, tomou o hábito de Capuchinha de Nossa Senhora da Conceição e recebeu o nome de Ir. Maria Clara ao Menino Jesus.

A 10 de Fevereiro de 1870, a pedido do P. Beirão, partiu para o Convento de Nossa Senhora das Sete Dores, em Calais – França, para aí fazer o Noviciado, na intenção de fundar, depois, em Portugal, uma nova Congregação.

Professou no dia 14 de abril de 1871, em França, regressando à Pátria, a 01 de maio desse ano, como Superiora Local e com a faculdade de estabelecer, em S. Patrício, um Noviciado filial de Calais, cargos que assume três dias depois.

Ficava assim fundada a primeira Comunidade, em São Patrício – Lisboa, no dia 03 de maio de 1871 e, cinco anos depois, a 27 de março de 1876, a Congregação já estava aprovada pela Sé Apostólica.

Ao longo de 28 anos, presidindo aos destinos da Congregação, recebeu cerca de 1000 irmãs e com elas tornou-se pioneira da ação social no seu país, fundando mais de 142 obras, distribuídas por hospitais, enfermagem ao domicílio, creches, escolas, colégios, assistência a crianças e idosos, cozinhas económicas, entre outras. Nestas instituições o pobre, o doente, o desvalido de toda a sorte, a massa sobrante do seu tempo, puderam conhecer o amor e os cuidados de mulheres dedicadas inteiramente ao serviço dos mais necessitados, experimentando assim a ternura e a misericórdia de Deus.

A exortação frequente: “Trabalhemos com amor e por amor” era a síntese do seu viver. Só a caridade a norteava. Toda a sua vida foi um gastar-se no labor contínuo de “fazer o bem, onde houver o bem a fazer”, lema de ação do Instituto por ela fundado. Esta mesma ação foi estendida, progressivamente, a Angola, Goa, Guiné e Cabo Verde.

A Ir. Maria Clara do Menino Jesus faleceu no Convento das Trinas, em Lisboa, no dia 1 de dezembro de 1899, com 56 anos, vítima de doença cardíaca, asma e lesão pulmonar. Foi sepultada três dias depois, no cemitério dos Prazeres, acompanhada de enorme multidão de fiéis que reconheciam a sua santidade.

Sepultada no Cemitério dos Prazeres, foi trasladada, em 1954, para o Convento de Santo António, em Caminha, e repousa, a partir de 1988, na cripta da Capela da Casa-Mãe da Congregação, em Linda-a-Pastora, Queijas, Patriarcado de Lisboa, onde acorrem inúmeros devotos a implorar a sua intercessão junto de Deus.

Fonte: Confhic

EXTERNATO SANTA JOANA

O Externato Santa Joana – Escola franciscana hospitaleira – é um espaço de educação católica, integradora e dinâmica, assumida como exigência para atingir a exigência. Desenvolve a sua missão de educar/ensinar inspirando-se nos valores vividos e ensinados por Jesus, incarnados por Francisco de Assis e abraçados pelos Fundadores da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Pe. Raimundo dos Anjos Beirão e Madre Maria Clara do Menino Jesus.

“… A OBRA NASCE!”

Era o ano de 1934, tempos conturbados também em Portugal, devido à implantação do regime republicano na vizinha Espanha, em 1931. A Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição viu-se impelida a encontrar novos espaços para responder às urgências daí decorrentes, para segurança das pessoas ao seu cuidado. Porto e arredores seriam os locais de preferência.

Quis a Providência que o Palácio Julião, em Ermesinde, pertencente ao Juiz Conselheiro Magalhães, fosse posto à venda. Das negociações, resultou a aquisição desse imóvel pela Congregação no ano de 1936.

NASCE O COLÉGIO MISSIONÁRIO

Uma comunidade de quatro religiosas é instalada no Palacete que, após a compra do imóvel, recebeu o nome de Colégio Missionário dado pela Congregação. Era um espaço fundamentalmente dedicado ao acolhimento de meninas internas que recebiam preparação intelectual e espiritual. E, sendo da vontade de Deus, poderiam ser as futuras religiosas hospitaleiras e missionárias.

PATRONATO S. LOURENÇO

O Colégio Missionário crescia em número e qualidade. Concomitantemente crescia também a consciência de alargar o bem fazer a outras crianças de Ermesinde. Era o ano de 1942 quando, por iniciativa do pároco local, o Colégio Missionário agregou um anexo destinado à educação e formação de crianças carenciadas de bens materiais. Nasceu então o Patronato de S. Lourenço. Escola pobre, sem grandes recursos, distribuía diariamente a refeição gratuita aos alunos mais necessitados, alimentando-os também dos valores que fazem crescer com dignidade. O Patronato, de modesto começo, atingiu com o tempo a centena de crianças de ambos os sexos que ali se preparavam com o exame de instrução primária, admissão às Escolas Técnicas e Liceu. O Patronato tornou-se um centro de esmerada educação cristã e cívica, um espaço de bem fazer. Era uma escola pobre, sem grandes recursos, mas marcou profundamente todos os que por lá passaram.

As Religiosas franciscanas hospitaleiras, atentas ao ritmo e exigências que iam surgindo na educação e que recaíam sobre os operários de Ermesinde, no ano de 1949, abriram o curso noturno destinado a preparar operários da região com o diploma da 4ª classe para que pudessem ingressar no mundo do trabalho. E foram centenas os que usufruíram dessa promoção.

DE COLÉGIO MISSIONÁRIO A EXTERNATO SANTA JOANA

Com o passar dos anos, além das novas exigências a nível de educação, surgiram as dificuldades para fazer face às despesas. Para as enfrentar, em outubro de 1950, a Direção do Externato decidiu receber algumas alunas externas com o fim de ajudarem nas despesas que aumentavam. Ano a ano, a procura foi aumentando. Por isso, era necessário ir remodelando, adaptando e ampliando os espaços. As obras de remodelação fizeram-se e novos espaços foram construídos, para responder ao número de alunas que escolhiam o Externato para fazerem a sua formação académica. O número aumentara de tal modo que, a partir do ano de 1968, o Colégio passou a funcionar apenas como Externato. Por Portaria do Ministério da Educação o Colégio Missionário passou a ser designado por Externato Santa Joana, a partir do ano de 1973. A Obra não parou no tempo. Foi-se desenvolvendo por mérito e visão de quem a foi gerindo com muita dedicação e amor à missão de educar.

ESPAÇOS

Fundado em 1936, o Colégio Missionário – atual Externato Santa Joana – situa-se em Ermesinde, na Rua Rodrigues de Freitas, nº 2037, freguesia de S. Lourenço, concelho de Valongo.

No espaço envolvente ao Palacete do século XX, há jardins e o grande Parque que faz as delícias dos alunos, sobretudo dos mais pequeninos. Desde os inícios, o Palacete funciona como residência da Comunidade Religiosa, com espaços reservados aos serviços administrativos do Externato, salas de atendimento e áreas para outros fins.

A Capela, ponto central do Externato, dignamente preparada para acolher os que buscam um ambiente de silêncio e de paz, de encontro com Deus, faz de elo de ligação com o Edifício Central, distinto do Palacete, onde, no 1º piso funciona a Creche, com Berçário, e o Pré-Escolar; no 2º piso, 1º Ciclo do Ensino Básico. No rés do chão, situam-se os amplos Laboratórios de Ciências Naturais e de Física e Química, e duas salas de acolhimento aos alunos em prolongamento.

Ao lado do Edifício Central, ligado por uma cobertura transparente, encontra-se um Edifício novo destinado ao 2º Ciclo do Ensino Básico. Consta de dois pisos pelos quais se distribuem salas de aula, de música, de ballet/karaté, gabinete pedagógico, gabinete de psicologia, sala dos Professores, cozinha, refeitórios e sala de apoio.

Entre a Capela e a residência da Comunidade Religiosa, por obras de transformação e requalificação dos espaços, nasceu o piso destinado ao 3º Ciclo do Ensino Básico, no ano de 20… As espaçosas salas voltadas para o distendido verde da quinta, de um lado, e para o jardim de entrada do Externato, no lado oposto, oferecem aos alunos e professores um ambiente de maravilha.

O Externato Santa Joana conta ainda com outras estruturas que oferecem as condições dignas e favoráveis à educação integral, proporcionando aos alunos um ambiente agradável: ginásio, pavilhão, biblioteca, sala de informática, sala de convívio, campos de jogos e outros espaços de recreio.